Quando a chuva cessava e um vento fino
franzia a tarde tímida e lavada
eu saía a brincar pela calçada
nos meus tempos felizes de menino.
Fazia de papel toda uma armada
e, estendendo meu braço pequenino,
eu soltava os barquinhos, sem destino,
ao longo das sarjetas, na enxurrada.
Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,
que não são barcos de ouro os meus ideais:
são feitos de papel, tal como aqueles,
perfeitamente, exatamente iguais
-que os meus barquinhos, lá se foram eles!
Foram-se embora e não voltaram mais.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
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