quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Cartas...

Por que não escrevemos mais cartas? Eu adoro receber cartas, mas o máximo que recebo atualmente são e-mails. Não que eu esteja me lamentando por isso, mas a emoção de ver uma correspondência destinada a mim é única. Eu olhava quem mandou, o endereço, o selo da carta, o carimbo do Correio; ai eu abria a carta e lia e relia vezes sem fim... Depois eu pegava papel e caneta colorida e ia responder àquela carta. Ainda tenho muitas delas guardadas numa caixinha de lembranças.

O fato de escrever cartas não era útil só pela comunicação; escrever sempre acabava nos ensinando a escrever. Sim, é fazendo que se aprende a fazer, certo? Então é escrevendo que se aprende a escrever bem, e é lendo que se aprende a ler.

Falando em cartas, por que é que existem livros "Cartas a um jovem cientista" (Marcelo Gleiser), "Cartas a um jovem político" (FHC), "Cartas a um jovem chef"(Laurent Suaudeau) e muitos mais "Cartas a ..." e NÃO existe "Cartas a um jovem professor"?Todo mundo sabe que o que todo o mundo precisa é de educação. Não só instrução no sentido em que fala Condorcet, mas educação de verdade. Um professor é quem se encarrega disso; em seus atos, em seu modo de ser, em seu modo de falar ele educa. E ninguém se preocupa com o professor...

Sou professora sim, e com muito orgulho! E sou completamente apaixonada pela educação. Escolhi a profissão não para mudar o mundo (porque não sou tão pretenciosa) mas para participar da vida de algumas pessoas, e por que não mudar e deixar que a minha vida seja mudada também?

"Desejaria contemplar um mundo no qual a educação visasse libertar o espírito da juventude e não aprisioná-lo numa armadura de dogmas destinada a protegê-lo, ao longo da sua existência, das flechas das provas objectivas. O mundo tem necessidade de corações abertos, de espíritos francos, e não é por intermédio de sistemas rígidos, antigos ou novos, que se poderão obter." Bertrand
Russes

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